Jericoacoara (CE): Gol não coloca mecânico de aeronave alocado no aeroporto

Medida pode afetar diretamente a segurança de voo, alerta Sindicato

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A segurança de voo na Gol está em risco no Aeroporto de Jericoacoara (CE). Segundo o Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), a empresa  não tem mecânico de manutenção alocado na base.

De acordo com o Sindicato, um profissional é transportado de Guarulhos (SP) para fazer o abastecimento e, depois do procedimento, embarca de volta para São Paulo. Mas a parte crucial, que é o reboque realizado quando o avião pousa, é feito pelos funcionários de rampa da Suzuki, empresa de serviços auxiliares terceirizada pela Gol.  

O parecer técnico é dado por Maciel Fogo, diretor do SNA (Sindicato Nacional dos Aeroviários) que atua como mecânico no Aeroporto de Campo Grande (MS) e visitou Jericoacoara. “O procedimento adotado pela Gol é irregular. Os companheiros de rampa não tem qualificação para fazer o reboque. Para este tipo de atividade, é necessário ter formação técnica na Escola de Aviação Civil. O nível de instrução deve atender os requisitos básicos que a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) exige, como o RBHA, que é o Certificado de Homologação Técnica”, explica.

Sem retorno
 
A direção do SNA se reuniu com a gerente de Recursos Humanos da Gol, Priscila Ott, no dia 4 de maio, no Aeroporto de Congonhas (SP). O Aeroporto de Jericoacoara foi uma das principais pautas do encontro, que contou com a presença não só de Maciel Fogo, como também de Selma Balbino, Luiz Pará e Álvaro Quintão, respectivamente diretora, presidente e assessor jurídico do Sindicato.

A gerência da empresa solicitou prazo de 15 dias para apurar o caso e analisar a necessidade de um mecânico de aeronaves alocado no aeroporto. Porém, um mês depois, apesar das tentativas de contato do SNA, não houve resposta.  “Vamos denunciar não apenas para os órgãos públicos, como para a agência seguradora das aeronaves, sob o risco de aumento no valor do seguro de cada uma delas. Quem sabe assim a empresa finalmente resolva a questão”, finaliza o Sindicato.