A história dos aeroportuários pode ser contada em duas fases. A primeira vai da criação da Infraero, em 31.03.1973, até a promulgação da Constituição, em outubro de 1988. Nesse período, os trabalhadores não possuíam qualquer direito, não podiam se organizar e se associar a sindicato e não tinham direito de greve. Mesmos reajustes salariais eram definidos pela legislação governamental aplicável a todos os trabalhadores, ou por decisões do Ministério da aeronáutica, cujos índices eram informados aos “empregados” nos aeroportos através da fixação de telex nos quadros de aviso.
Existia uma hierarquia ferrenha, toda estrutura nos regulamentos militares. Naquela época, Presidente ou diretor da empresa, era cargo para ser ocupado por brigadeiro, superintendente de aeroporto para brigadeiro ou coronel, gerente era ocupado por major, capitão e assim sucessivamente. Quanto mais alto o cargo mais alta a patente, mais baixo a cargo de chefia, mais baixa a patente do militar designado para ocupá-lo. Nesses 26 anos de existência da empresa, pouca coisa mudou, e os militares continuam ocupando os cargos mais importantes da administração. Após a promulgação da CF, onde foi assegurado ao direito dos trabalhadores das empresas estatais de criar e se associar a sindicatos, começou um grnade debate entre os trabalhadores aeroportuários, sobre o melhor caminho a ser seguido. Haviam duas alternativas, dos aeroportuários se organizarem criando o sindicato proprio, a outra de sindicalização aos sindicatos já existentes no setor de transporte aéreo, no caso os sindicatos de aeroviários.
Também, nessa época, a administração da Infraero, através da superintendência regional dos aeroportos de São Paulo, deu início a um processo de criação de um sindicato, que seria organizado e controlado pela empresa, com pessoas da sua estrita confiança na direção da entidade. Esse foi o motivo principal para que os aeroportuários, no estado de São Paulo, partissem para a criação de um sindicato próprio, antes que a direção da empresa assim o fizesse.
Em 17 de novembro de 1988, pouco mais de um mês após a promulgação da nova CF, foi fundado o Sindicato dos Empregados em Empresas Administradoras de Aeroportos do Estado de São Paulo, já filiado à CUT. Nasceu ali a categoria dos aeroportuários. Houve ainda, uma tentativa da empresa de enfraquecer o sindicato, promovendo um plebiscito entre os trabalhadores de outros estados para decidir, entre a sindicalização ao sindicato já criado no estado de São Paulo ou aos já existentes no setor de transporte aéreo, numa clara tentativa de dividir os trabalhadores.
A adesão em massa dos trabalhadores aeroportuários dos demais estados ao sindicato dos aeroportuários,originou a extensão da sua base territorial para todo o país, decidida em assembléia realizada em 27 de março de 1989, surgindo o Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina). Logo em seguida, data-base da categoria em 1º de Maio.
A partir daí, a categoria aeroportuária organizada através do seu sindicato, pode apresentar suas reivindicações, construindo ao longo desses dez anos, uma história de lutas em defesa dos seus direitos, dentro dos aeroportos, com a realização de diversas greves.
Fonte: www.sina.org.br