Táxi Aéreo: Aeroviários e Aeronautas anunciam paralisação nesta quarta-feira (9)

Data-base venceu em 1º dezembro de 2015 e categorias estão sem reajuste e com direitos desatualizados

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Os aeroviários e aeronautas da base da FENTAC/CUT no setor de táxi aéreo farão paralisação nesta quarta-feira dia (9). A decisão foi aprovada em assembleias e consultas às bases  realizadas pelos sindicatos filiados e a paralisação será feita nas cidades do Rio, Macaé, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes e Farol de São Tomé, localizadas no Estado do Rio de Janeiro.

Os trabalhadores rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 5% do Sindicato Nacional das Empresas de Táxi Aéreo (SNETA) nos salários e 10% nos pisos, que ficou bem abaixo da inflação da data-base de 2015, que fechou em 11%. 

O descaso das empresas de táxi de aéreo com os profissionais passou dos limites. A data-base de 1º de dezembro de 2015 completou 1 ano e os aeroviários e aeronautas não receberam NADA! 

O presidente Sergio Dias rechaçou a proposta patronal, classificando-a como “uma aberração, um escárnio” e destacou que o caminho agora é a forte mobilização nas bases para a construção da greve. 

“A reivindicação dos trabalhadores refere-se aos 12 meses da data-base de 2015. Além dos mais, as empresas já fizeram as demissões, já reestruturaram o setor e ainda teimam em não repassar o reajuste para os salários. As categorias já flexibilizaram a proposta de reajuste para 10%, que é um  patamar mínimo”, critica Dias.

Rotatividade
O assessor econômico e técnico do Dieese na Subseção na FENTAC, Mahatma Ramos, fez uma apresentação na última  audiência no Tribunal Superior  do Trabalho (TST), realizada em setembro, e  falou que o setor do táxi aéreo acabou nos últimos 31 meses com 1.109 postos de trabalho, o que equivale a 14% do total de trabalhadores empregados na aviação, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2014. 

“Importante reforçar que as empresas além do expediente da demissão e do achatamento dos salários usam o expediente da rotatividade. Em 2015, 72% dos postos extintos ganhavam até cinco salários mínimos e 39% deles ganhavam até dois”, conta.

Ramos explica que com relação às admissões, 55% ganhavam até dois salários mínimos, ou seja, as empresas demitem quem ganha salários maiores salários e contratam com salários menores. “Essa proposta de 4,5% significa um rebaixamento dos salários dos trabalhadores ao nível do poder de compra de 2004”, finaliza.