O mundo enfrenta a maior crise do século por conta da pandemia de coronavírus. São mais de 2 milhões de casos confirmados e dezenas de milhares de mortos em diversos países.
Diante deste cenário, Governos e instituições precisam atuar através de medidas emergenciais, para assegurar a proteção da população. Atualmente, a principal medida é o isolamento social, estratégia que pode evitar a disseminação do vírus e achatar a curva de contágio.
Contudo, a realidade do trabalho se forja diante dos empresários de diversos setores: sem trabalhadores, não há riqueza! O que faz com que diversos patrões, principalmente do setor aéreo, coloquem em risco a vida de milhares de trabalhadores, obrigando-os a atuar na linha de frente desta guerra contra o vírus COVID-19, negando a necessidade de isolamento social e diminuindo a importância da doença.
O papel dos governantes é determinante nesse sentido, é necessário campanhas de conscientização e apoio aos setores. Para proteger a economia, infelizmente em alguns países (o Brasil incluso) as recomendações da OMS são ignoradas e o resultado pode ser um verdadeiro genocídio.
Outro país que pode sofrer fortemente os efeitos desta crise é o Equador, com o presidente liberal, Lenin Moreno, o país já vive a pior recessão nos últimos 30 anos. É um dos países mais atingidos pela pandemia na América Latina.
“Mais que apoiar a causa, é preciso dar publicidade ao caso dos aeroviários equatorianos, a questão deve ser tratada de interesse coletivo, pelo respeito que temos por nossa categoria em qualquer lugar do mundo”, afirmou Rodrigo Maciel, diretor da FENTAC.
“Apenas unidos seremos capazes de superar este momento de crise, juntos contra o coronavírus”, termina Maciel.
A direção da FENTAC recebeu um apelo da TALMA, empresa de carga aérea do Equador e mais uma vítima da situação. O apelo é uma descrição da situação do país diante do atual cenário e sobre a situação de diversas trabalhadoras e trabalhadores do país, confira a nota:
“O Equador está passando por uma situação terrível, a pandemia que afeta a humanidade, o coronavírus (Covid-19), que está causando estragos neste país. As más condições sanitárias combinadas com a irresponsabilidade do governo formaram um coquetel explosivo que explode completamente os setores mais humildes da população.
Até agora, o Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde Pública (INSPI) coletou 26.093 amostras, das quais, 7.858 são positivas para o COVID-19. 388 são falecidos.
Nos aeroportos, a situação é preocupante, os trabalhadores da TALMA realizam suas tarefas com o mínimo de elementos de proteção individual, expostos ao contágio, como todas as aeronáuticas.
Nesse quadro de dúvidas e temores sobre o que pode acontecer com sua saúde e a de sua família, os trabalhadores também devem enfrentar outra incerteza, a dos salários.
Em comunicado, a empresa informou aos trabalhadores que o pagamento de seus salários não seria afetado durante esse período especial de quarentena.
Infelizmente, eles acabam de relatar que a cobrança da quinzena é adiada para o final do mês, pondo em xeque a situação já empobrecida da economia familiar. E, não apenas isso, a empresa apresenta um número ridículo de lucros para o ano de 2019 com um saldo plano, de modo que a soma a ser distribuída aos trabalhadores é miserável.
Os clientes da empresa aumentam, mas a renda diminui? Um completo mistério contábil dos cavalheiros da TALMA.
Os sindicatos que compõem essa rede, que representam trabalhadores de vários países da região, repudiam essa ação, que apenas empobrece seus trabalhadores, os mesmos que arriscam suas vidas no aeroporto diariamente.
Estamos no meio de uma crise global sem precedentes e as soluções para os problemas precisam ser ser originais e de curto prazo, mas não podem ser um fardo para os trabalhadores.
É hora das empresas deixarem de ganhar um pouco e colocar sua contribuição para realizar a atividade.
VIVA A UNIDADE DA CLASSE TRABALHADORA!
LUCAS LOPES
APA – Associação Del Personal Aeronátucos e da Rede de Trabalhos de Rampa da ITF, América Latina