“Luta contra o PL 4330 deve ser um mantra diário”, frisa Jacy Afonso

O Secretário de Organização da CUT Nacional também abordou que os sindicatos devem valorizar a politização de seus dirigentes

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O Secretário de Organização da CUT Nacional, Jacy Afonso, participou na manhã desta segunda-feira (27) do 1º Congresso da CNTTL/CUT, que acontece no Centro de Convenções dos Rodoviários de Sorocaba, em Votorantim. O Congresso termina na quarta-feira (29). Na abertura, ele relembrou o companheiro saudoso Daladier, como um dos percussores na histórica greve da Oposição cutista dos Rodoviários de Brasília, em abril de 1985, e destacou que sua participação nas lutas dos trabalhadores em transporte cutista sempre foi ativa.



Em sua exposição, Jacy falou sobre as conjunturas nacional e internacional para os 150 delegados e delegadas do  transporte e apontou os principais desafios para fortalecer a organização de todos os modais.

“Nós sindicalistas temos que ter a capacidade de aglutinar todos, não adianta fazer discurso revolucionário e não convencer ninguém. Temos que ter uma nova prática”, ressalta.



O sindicalista explicou que o papel do sindicato é ‘sindicatiar’ (verbo que não existe). “Não podemos partidarizar o sindicato. O que esta faltando no movimento sindical é  politização, somos muito cooperativistas e pragmáticos e, se quisermos evoluir, temos que mudar”, salienta.

Ele citou, como exemplo, o curso de Formação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT, que acontecerá de 4 a 5 de maio, em Cajamar, em São Paulo. “Concordo com o companheiro Índio, dos ferroviários, que temos que incentivar cursos de formação política, lembrando que uma reunião também é  formação política”, relata.

O sindicalista defendeu que o 1º Congresso da CNTTL também aprove resoluções em defesa dos  trabalhadores idosos. “Temos que ter uma política para o idoso, isso é pensar no futuro. O INSS é uma fonte de renda, hoje o cara se aposenta e continua trabalhando”.

Pauta para presidenta Dilma
O sindicalista orientou que os trabalhadores em transportes elaborem uma pauta de reivindicações que contemple todos os modais e apresente à presidenta Dilma Rousseff. “Os ministros dos Portos, da Aviação Civil e do Transporte têm que receber vocês e respeitar. Assim como a Dilma recebeu a pauta da CONTAG (agricultura), tem que receber a pauta da CNTTL/CUT também”, disse, sob muitos aplaudos da plateia.

Luta permanente contra o PL 4330
O presidente da CNTTL/CUT, Paulinho, ressaltou que o momento requer muita cautela, empenho e mobilização em cima do PL 4330. “Esse é o nosso primeiro ataque, que aprovaremos uma resolução aqui no nosso Congresso, não podemos permitir que seja aprovado”.

O dirigente também ressalta que nesta terça-feira (28) acontecerá trabalhos em grupos que vão apresentar  propostas para todos os modais. “A partir daí, tiraremos um documento com uma proposta de agenda permanente com a presidência da República. Por exemplo, queremos debater a questão da segurança. Hoje, qualquer acontecimento a resposta é queimar o Coletivo, isso não pode acontecer”, argumenta.

Paulinho disse que os delegados e  delegadas estão aproveitando os debates e espera que dos trabalhos em grupos saiam excelentes resoluções para ser implementada  na próxima direção da CNTTL/CUT.
 

1º Congresso continua
Os trabalhos continuam nesta terça-feira (28) com o debate dos delegados e delegadas  em  grupos. Estas propostas farão parte do Plano de Lutas da CNTTL/CUT no próximo período. No último dia, na quarta-feira (29), será eleita a nova Direção da Confederação para o período de quatro anos.

Mantra contra o PL 4330
Jacy leu um texto, apelidado de mantra, do presidente do Sindicato dos Bancários de DF, Eduardo Araújo, que recomendou que faça parte da luta cotidiana contra o PL da terceirização.

 “Primeiro terceirizaram a limpeza, mas eu não disse nada e eu não me importei, não fazia a limpeza;
Em seguida terceirizaram a segurança, mas eu não disse nada e não me importei, eu também não fazia a segurança;
Depois  demitiram e terceirizaram a administração, outra vez, eu não disse nada, tampouco me importei, não sou da administração…
Agora estão me demitindo e vão terceirizar o meu serviço, mas já é tarde, como eu não me importei com ninguém, e ninguém me disse nada,  ninguém se importará comigo.

Viviane Barbosa, Assessora de Imprensa e Comunicação da CNTTL/CUT e FENTAC/CUT