Chile: FENTAC e sindicatos filiados apoiam greve dos trabalhadores na Lan Express

Empresa demitiu 70 tripulantes em meio a negociação coletiva da categoria

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Contra as práticas antissindicais da Latam Chile, os tripulantes na Lan Express, empresa responsável para voos domésticos e regionais de Latam Airlines estão de braços cruzados. 

A paralisação é organizada pelo Sindicato dos Tripulantes de Cabine da Lan Express (STCLE) e tem apoio da  Rede Latam ITF (Federação Internacional de Trabalhadores dos Transportes) da FENTAC  e dos sindicatos no Peru, Argentina, Paraguai, Colômbia. 

Segundo o STCLE, 70 trabalhadores na Lan Express foram demitidos em meio à negociação coletiva da categoria. “Essa medida tem como objetivo colocar medo nos trabalhadores para que eles não questionem as práticas  antissindicais e injustas da empresa, mas nós não vamos nos calar”, destaca a presidenta do Sindicato, Silka Seitz. 

A informação foi divulgada durante o Encontro de Trabalhadores da Qatar Airways, realizada nos dias 21 e 22 de março, em Santiago,  no Chile, no qual contou com a participação da FENTAC e de trabalhadores aeronautas e aeroviários do Chile, Colômbia, Paraguai, Argentina e Espanha.

Na atividade foi feita uma análise dos efeitos trabalhistas da entrada da companhia do Qatar, na Latam Airlines e sua política de dominar o mercado latino-americano.

Durante o evento, os trabalhadores também assinaram um acordo de cooperação e colaboração mútua que inclui a coordenação de ações de apoio e não o envio de trabalhadores substitutos em caso de conflito. “ A Latam tem pregado uma  política de redução de custos através de precárias condições de trabalho em todos os países da América Latina, apesar de milhões em lucros exibidos no último ano. Por esta razão, a colaboração entre os sindicatos na região é de vital importância”, salienta Dina Feller, coordenadora da Red Latam. 

Reivindicações dos trabalhadores da Lan Express

Entre as principais reivindicações dos trabalhadores na Lan Express estão: aumento salarial; plano de saúde para acidentes ocorridos em regiões; proteção do oficial de carreira para evitar a proposta que precariza as condições de trabalho das novas contratações, propondo reduzir seus custos operacionais através da redução de salários; aumento nos dias de descanso, pois hoje pode chegar a 10 dias seguidos trabalhados , o que está gerando um nível de fadiga que ameaça a saúde da tripulação; facilidades para fazer uso das passagens liberadas, bônus para trabalhar em feriados, aumento nos tempos de alimentação (atualmente 15 minutos) e outras demandas.