Sergio Dias: “Abertura do capital aéreo poderá gerar desemprego no setor”

Aeronautas se reuniram com Ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para discutir essa questão e outros temas da aviação

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Dirigentes do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) se reuniram na última quinta-feira, 28 de agosto, em Brasília, com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para discutir temas relativos à aviação no país.

Também participaram da reunião a Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil (Abrapac), Associação dos Aeronautas na Gol (Asagol) e Associação dos Tripulantes da TAM (ATT). 

Na ocasião, foi discutida a abertura do capital das empresas aéreas para o capital estrangeiro e os impactos da fusão TAM/LAN, assuntos que preocupam todos os setores da aviação civil brasileira. 

Abertura

Sobre os projetos de lei que tramitam no Congresso que preveem a abertura de 100% do capital das companhias aéreas para o capital estrangeiro, o SNA alertou o governo para os riscos de fazer essa transição sem que haja um estudo aprofundado dos riscos e dos impactos para o país, como a formação de monopólios e a extinção das empresas brasileiras, que não teriam condições de competir com as estrangeiras.

Para Sergio Dias, aeronauta na Gol e presidente da FENTAC, o governo federal está cometendo um equívoco ao abrir o capital aéreo do país sem nenhum tipo de contrapartida. “Esse tipo de abertura, da forma como está sendo feita, fará com que as empresas internacionais se instalem aqui sem nenhum compromisso com a estratégia do setor”, alerta.

O presidente da Federação acredita que caso a medida seja adotada a oferta de trabalho para os brasileiros irá diminuir drasticamente. “Em primeiro plano isso acontecerá com os aeronautas e em um segundo momento veremos isso em algumas funções de aeroviários,” destaca.

Problemas na Argentina

Dias exemplifica a questão com a greve ocorrida na Argentina, no dia 27 de agosto, na qual a categoria se colocou contra o desaparecimento do atendimento de despache.

“O governo argentino tomou medidas para que o despache físico virasse despache remoto, que não é efetuado no balcão do aeroporto pelo operador. Com isso, não haveria mais argentinos desenvolvendo essa função e sim trabalhadores de outros países”, explica. 

Segundo o SNA, o governo demonstrou também estar preocupado com o tema e pediu o envolvimento do Sindicato e das entidades representantes de pilotos na discussão.

TAM

No encontro, também foi cobrada uma posição do executivo com relação aos voos da TAM que estão sendo substituídos pelos da LAN. “A situação já havia sido denunciada desde o ano passado, quando as autoridades informaram que não haveria esse risco. No entanto, a troca vem sendo verificada e, portanto, o governo precisa dar um posicionamento”, ressalta a direção do SNA.

 

Vanessa Barboza, Redação da FENTAC com a colaboração de Bruna Martuchi e informações do Sindicato Nacional dos Aeronautas