Os aeroviários de Guarulhos, Recife e Porto Alegre e o Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA) reprovaram em assembleias realizadas nos turnos nos aeroportos nesta quinta-feira (16) a proposta feita pelo SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) para renovação do Acordo Coletivo de Trabalho 2017/2018 da aviação regular.
Os trabalhadores em solo nos aeroportos de Guarulhos (São Paulo), Gilberto Freyre (Pernambuco) e Salgado Filho (Rio Grande do Sul) e nos aeroportos do país da base do SNA consideraram "insuficiente" a proposta do SNEA de repassar aos salários somente o INPC (reposição inflacionária da data-base nos 12 meses ) e também não concordaram com as alterações na pauta de reivindicações dos trabalhadores, considerando que tais mudanças acarretarão prejuízos e perdas de direitos.
A bancada patronal fez alterações nos seguintes direitos conquistados pela categoria aeroviária nas últimas campanhas: folga agrupada, PPP (Perfil Perfil Profissiográfico Previdenciário), atestado médico, horas extras, concessão de passagens e na garantia de emprego às vésperas da aposentadoria.
Categoria reprova cláusulas novas do SNEA
Os aeroviários também reprovaram a inclusão de cláusulas novas propostas pelo SNEA, como “preenchimento da cota destinada aos aprendizes”. Nessa redação, as empresas querem regulamentar a presença do jovem aprendiz dentro da atividade aeroviária, mas em funções que não são dele, visando substituir o aeroviário pela função de jovem aprendiz, para pagar um salário irrisório.
Também foi reprovada a cláusula patronal que trata do "preenchimento da cota destinada a pessoas com deficiência e reabilitadas", que exclui os mecânicos de manutenção.
Intensificar mobilização
Dirigentes dos sindicatos aeroviários disseram que vão intensificar as mobilizações nos locais de trabalho.
“A categoria aeroviária não aceitará redução ou precarização nos direitos. Insistiremos na próxima rodada com o SNEA, no dia (21), para que mude de posição e avance na pauta dos trabalhadores”, frisam os sindicatos aeroviários filiados à FENTAC.
Os sindicatos aeroviários reivindicam o reajuste acima da inflação, ou seja 5% nos salários e demais benefícios, 10% nos pisos e a inclusão de direitos importantes, que foram negados pelas empresas:
auxílio Auxílio-Maquiagem (hoje é exigência o uso pelas companhias e são as trabalhadoras quem pagam os custos;
Garantia de creche ao pai aeroviário;
Garantia de emprego ou salário à empregada que sofrer aborto;
Falta abonada para o aeroviário atleta;
garantia de um auxílio acidente e subsídio de medicamentos em casos de acidente no trabalho;
implementação de Campanhas de combate ao assédio moral, sexual, homofobia e discriminação no local de trabalho.
Aeronautas
A categoria dos aeronautas também rejeitou nesta quinta-feira (16) proposta das empresas e aprovou uma contraproposta, adicionando melhorias no período oposto, o descanso dos comissários na internacional e ajustando a pedida de reajuste salarial para INPC mais 2%, mantendo os itens que já estão em mesa.
Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas, a proposta apresentada e negada previa avanços nas cláusulas econômicas e nas sociais da CCT, com algumas concessões temporárias às companhias em relação à Nova Lei do Aeronauta.