O movimento #LutopelaInfraero contra a privatização, organizado pelo Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), filiado à FENTAC, ganhou adesão nos aeroportos de Belém, Joinville, Campo Grande, Recife e Brasília, Rio de Janeiro (Santos Dumont ), Rio Branco no Acre, Carajás entre outras localidades.
Ao som de apitos e muitos cartazes com frases “#CPInas Concessões e “LavaJatoNeles”, centenas de aeroportuários protestaram contra a intenção do governo Temer em privatizar a Infraero, que é considerada uma das três maiores operadoras aeroportuárias do mundo.
Dirigentes do Sina distribuíram para passageiros e pedestres o documento “Carta aos Brasileiros”.
No documento, o Sindicato alerta que os aeroportos concedidos pelo governo à iniciativa privada têm sido maquiados com muito “granito”, e sua eficiência foi reduzida operacionalmente, em comparação aos administrados pela Infraero, que hoje são 60 aeroportos no Brasil.
"Li uma matéria veiculada, no dia 18, que a GRU Airport, administradora do aeroporto internacional de Guarulhos, maior do país, tem obrigado passageiros a esperarem em longas filas para inspeção de segurança. Sabe por que? Não tinha funcionários para operar os equipamentos de raio-x, principalmente no embarque internacional. Olha só a eficiência", criticou Francisco Lemos, presidente do Sina, durante discurso em caminhão de som.
Segundo o documento do Sina, os maiores aeroportos do país, concedidos à iniciativa privada, são os que mais receberam recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), criado com o objetivo de garantir que os aeroportos deficitários, localizados em regiões de menor demanda, continuem existindo, para que a população possa ser atendida no transporte aéreo.
Desde 2011, foram concedidos pelo regime de concessão os aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos (Campinas-SP), Galeão (RJ), Brasília (DF), São Gonçalo do Amarante (Natal) e Confins (MG) . E neste ano, o governo Temer autorizou a privatização de mais quatro aeroportos: Porto Alegre, Florianópolis, Fortaleza e Salvador.
Privatizar a toque de caixa
Na "Carta aos Brasileiros", o Sina destaca que é uma irresponsabilidade do governo Temer privatizar a Infraero a toque de caixa, sem fazer estudos aprofundados de impacto, em meio a uma crise institucional política sem precedentes.
“Centenas de políticos estão envolvidos em investigações de corrupção, vários deles ligados à área dos Transportes e ao centro do poder em Brasília. A Infraero conta com 10 mil trabalhadores orgânicos e outros 11 mil terceirizados, e têm todas as condições de existir e continuar servindo à nação se os governantes colocarem acima dos seus interesses pessoais os interesses do povo”, finaliza o documento.
Todo apoio
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT (FENTAC) é contra essa proposta de privatização, que é uma intenção desse governo, e destaca a necessidade de um debate com maior profundidade.
A entidade também manifesta todo apoio à luta da categoria aeroportuária em defesa da Infraero, dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e dos postos de trabalho.