15ª Plenária da CUT: Dirigentes da aviação defendem combate à privatização da Infraero e luta permanente contra as reformas

Evento aconteceu de 28 a 31 de agosto em São Paulo

895

Sindicalistas do campo e da cidade aprovaram na quinta-feira, 31/8, na 15ª Plenária/Congresso Extraordinário e Exclusivo da CUT, um calendário de lutas contra as reformas  Trabalhista e Previdenciária e contra a entrega das empresas públicas brasileiras.

O evento foi realizado do dia 28 a 31 de agosto, em São Paulo, e participaram uma delegação internacional de quase 100 pessoas de todas as regiões do mundo, mais de 720 delegados e delegadas de todo país e movimentos  sociais, da Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo.  

O  setor aéreo foi representado pelo presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (Sindigru), Rodrigo Maciel e diretor da FENTAC,pelo diretor do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, Osvaldo Rodrigues, pela diretora do Sindigru, Debora Cavalcanti e pelos dirigentes do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), Mara Meiry e Paulo Silva.

Os mais de 700 dirigentes cutistas também debateram ações para fortalecer e aumentar a resistência e a luta contra a política neoliberal avassaladora implementada  pelo governo ilegítimo de Michel Temer que, com apoio da maioria de seus aliados no Congresso Nacional, aprovou leis que retiram direitos e precarizam as relações de trabalho, como a “reforma” trabalhista e a Lei da Terceirização.

Combate à Privatização da Infraero 

O combate à entrega do patrimônio público para o capital estrangeiro, com o anúncio pelo governo federal da privatização de empresas públicas rentáveis, ganhou destaque nos debates da Plenária Nacional da CUT.

No setor aéreo, a Infraero, considerada uma das mais importantes empresas aeroportuárias do país, está ameaçada de extinção. Segundo notícias veiculadas na grande imprensa, o governo de Michel Temer tem a intenção de privatizar 56 aeroportos da Infraero até 2018.

Indignado com essa situação, o Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) tem intensificado manifestações em toda a rede Infraero contra o desmonte e em defesa da estatal.

A categoria, que está em Campanha Salarial com a estatal, também relata que ainda não teve nenhuma proposta de reajuste salarial. 

O Sina está realizando assembleias nos aeroportos para convocar a categoria aeroportuária para participar do Dia Nacional de Manifestação, de Reivindicação da Data-base e em Defesa da Infraero, em 12 de setembro. 

Os sindicatos aeroviários, que logo mais estarão em Campanha Salarial, também têm intensificado ações nas suas bases, esclarecendo aos trabalhadores e trabalhadoras sobre os retrocessos da nova Lei Trabalhista, ações de enfrentamento e defesa dos direitos.

Plano de Lutas 

Na quinta-feira (31/8), último dia da 15ª Plenária, os dirigentes definiram a  primeira grande ação que está agendada para 14 de setembro, com a realização de um Dia Nacional de Lutas em defesa dos empregos na indústria e das estatais. Os ramos metalúrgico e dos transportes farão parte desse movimento.
Para se contrapor à entrada em vigor da “reforma” Trabalhista, em 11 de novembro, os movimentos sindical e sociais  preparam uma caravana a Brasília na primeira quinzena do mês.

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, reforçou que a luta tem que ser intensificada nos locais de trabalho, nas manifestações e nas greves. Ele também relembrou que a  força da CUT foi uma das principais responsáveis na construção da maior greve da história do país, há exatamente quatro meses [28 de abril de 2017], que paralisou mais de 40 milhões de brasileiros. 
 “Temos reforçar ao trabalhador e trabalhadora para que não vote em patrão, se quiser seus direitos de volta. Tem que eleger representantes da classe trabalhadora!”, destacou. 

Enfrentamento à Reforma Trabalhista

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística da CUT (CNTTL/CUT)  anunciou durante a Plenária da CUT que vai centralizar esforços nos combates às privatizações e terceirizações, que estão invadindo os demais sistemas de transporte. 

Nos dias 8,9 e 10 de novembro, na sede Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), em Brasília, a CNTTL fará um Seminário Nacional que fará um amplo debate sobre os impactos da nova Lei Trabalhista (Lei nº 13.467/2017) para os trabalhadores em transportes. 

A ideia é reunir os departamentos jurídicos dos Sindicatos e Federações filiadas, entre elas a FENTAC, para atualizar e definir ações conjuntas, bem como debater a questão da sustentação financeira, a importância da comunicação sindical e o uso das redes sociais na defesa dos direitos, retirados na nova Lei Trabalhista
A criação de um Plano Nacional de Mobilização e estratégias de lutas em defesa dos direitos também será outro tema debatido.

“Vamos fazer uma interação de todos os modais de transporte para que possamos fazer uma greve geral com muita mais eficácia do que as realizadas anteriormente”, finaliza Paulo João Estausia, presidente da CNTTL. 

Confira o calendário de Lutas aprovado na 15ª Plenária/Congresso Extraordinário e Exclusivo da CUT

7 de setembro: Lançamento da Campanha pela Revogação da nefasta reforma trabalhista. Meta é coletar mais de 1,3 milhão de assinaturas para enviar ao Congresso Nacional em apoio ao projeto de lei de iniciativa popular que pede sua revogação.

Grito dos Excluídos (7/9): A CUT irá disponibilizar kits para coletas de assinaturas, com a organização de comitês e ações de mobilização pelos sindicatos de base, em parceria com os parceiros da central nos movimento sociais. 

14 de setembro: Dia Nacional de Luta em defesa dos direitos, empregos na indústria,  das estatais e  contra a reforma da previdência.

3 de outubro: Aniversário da Petrobras. O Rio de Janeiro irá promover uma grande manifestação contra a entrega da empresa e de outros patrimônios públicos. Outras manifestações nos estados nessa data poderão ampliar sua visibilidade.

11 de novembro: Os movimentos sindical e sociais preparam uma caravana a Brasília na primeira quinzena do mês. Além desses pontos, a Central vai manter o enfrentamento ao golpe, apoiando ações em defesa de democracia e do direito de Lula disputar as eleições.